REGIÃO DAS MATAS DE MINAS (MG) – Representantes do segmento de compradores e cafeterias da Polônia, Irlanda, Estados Unidos e Hong Kong estiveram visitando propriedades produtoras da Região das Matas de Minas durante a última semana. A segunda edição da chamada Viagem à Origem trouxe à região profissionais interessados em conhecer o modo de produção do café de alta qualidade.

A qualidade do café das Matas de Minas tem conquistado prêmios e o mercado internacional. Fruto de um trabalho realizado com muita paciência, dedicação e principalmente parcerias fortalecidas com a criação do Conselho das Matas de Minas, há cerca de 6 anos.

Entre os dias 10 e 12 de novembro, o Conselho das Matas de Minas recebeu a missão internacional do café com apoio do Sebrae Minas, Café Editora e FAEMG. Durante esses dias, representantes de torrefadores, compradores e entidades internacionais de qualidade de café visitaram propriedades nas cidades de Araponga, Imbé de Minas, São Domingos das Dores, Martins Soares e Santa Margarida.

ROTEIRO ESPECIAL

O grupo iniciou a visita por Araponga e conheceu a Associação de Cafés Especiais de Araponga (ASCA). Estiveram na fazenda da premiada produtora Simone Sampaio (Fazenda Jardim das Oliveiras) e depois participaram de um cupping na fazenda do produtor Édio Miranda.

O segundo dia foi em São Domingos das Dores e Imbé de Minas. Eles foram até a propriedade de Márcio Laia para um cupping de cafés nas Fazendas Reunidas. Durante a tarde estiveram na fazenda do produtor Mauro Grossi (Fazenda Vila da Cascata). No campo, o grupo conheceu como é feita a colheita, o processo de secagem e armazenamento.

Na segunda-feira, o grupo conheceu a cooperativa de produção – Coocafé, apresentada durante a visita a Família Huebra em Martins Soares.

Durante a tarde o grupo conheceu, em Santa Margarida, a Fazenda Carmelito, do casal de produtores Rosangela e Eliézer. O encerramento foi com o cupping (degustação) com cafés da Região das Matas de Minas.

Conselho das Entidades do Café das Matas de Minas participou intensamente da Semana Internacional do Café (SIC) 2018. Além dos produtores premiados em concursos e eventos durante a programação, a entidade com apoio de parceiros montou um stand e ainda levou uma missão com 180 produtores da região com o apoio do SEBRAE de Manhuaçu.

A SIC 2018 teve uma ampla programação de encontros, seminários, concursos, sessões de cupping (degustração) & negócios e concursos de qualidade de café, entre outros.

No stand do Café das Matas de Minas, com apoio de diversos parceiros, foram apresentados cafés da região.

Ainda aconteceram cuppings com os parceiros Café Virada das Montanhas, Café Salomão, Schott Cafés Especiais, Café dos Reis, Fazendas Dutra, Região das Matas de Minas, ASCA (Associação de Cafés Especiais de Araponga) e produtores da ATeG Região das Matas de Minas / Senar FAEMG.

Já a missão técnica foi composta de 180 produtores dos 63 municípios que integram o projeto Café das Matas de Minas. Eles participaram de várias programações e palestras durante dois dias da SIC.

A participação foi considerada excelente. Além de divulgar os cafés da região, o stand se tornou uma referência para os participantes, recebendo interessados de vários segmentos da cadeia produtiva do café do Brasil e do mundo.

Região das Matas de Minas

A Região das Matas de Minas congrega cerca de 36 mil produtores de café. Distribuídos por 63 municípios, eles são responsáveis pela produção de cinco milhões de sacas anuais, o que significa 24% do total em Minas Gerais.

A região configura uma extensão de terras contínuas da Zona da Mata e Vale do Rio Doce, no Leste mineiro, emolduradas pela Mata Atlântica, com altitudes entre 600m e 1.200m, clima e solo propícios à cultura do café de qualidade. A produção é naturalmente artesanal, com predominância de agricultura familiar no chamado “cultivo de montanha”.

Nos últimos concursos regionais, estaduais e nacionais, a região obteve diversas conquistas e premiações.

O grão das Matas de Minas é bem encorpado, com sabor adocicado variando entre o cítrico, o caramelado e o achocolatado. O aroma é intenso, com notas florais e a acidez é delicada e equilibrada.

Autor: Carlos Henrique Cruz