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Café da Região das Matas de Minas é o melhor do Brasil no Prêmio Internacional Ernesto Illy

A illycaffè definiu os nove finalistas após análise de amostras de grãos Arábica da safra 2017/2018 nos laboratórios de qualidade em Trieste, na Itália. Embarcou essas amostras para Nova York, onde um júri determinou o Best of the Best depois de avaliações em três preparações diferentes – espresso, coado e cold brew. Já a votação para o Coffee Lovers’ Choice envolveu consumidores em lojas illy pelo mundo e em uma sessão com degustações às cegas em Nova York, no dia 30 de setembro.

Os nove países participantes foram Brasil, Colômbia, Costa Rica, El Salvador, Etiópia, Guatemala, Índia, Nicarágua e Ruanda. Cada um deles contou com três produtores participantes no evento. Antes do anúncio do Best of the Best e do Coffee Lovers’ Choice, a illycaffè revelou os vencedores de cada origem, também em Nova York. Entre os brasileiros, o campeão foi Raimundo Dimas Santana, produtor das Matas de Minas, representado na ocasião pelo filho, o também produtor Raimundo Dimas Santana Filho. Maria D’Aparecida Vilela Brito, do Sul de Minas, e Ângelo Nascimento, do Cerrado Mineiro, ficaram respectivamente em segundo e terceiro lugares.

RAIMUNDO DIMAS SANTANA

O cafeicultor Raimundo Dimas Santana concedeu entrevista sobre sua propriedade para a Revista L´espresso, do Grupo Illy. Ele primeiro falou sobre a cafeicultura e suas origens. “Sou filho de agricultor, não de cafeicultor. No tempo do meu pai só existia roça. Ele morreu com 104 anos, estou com quase 80. Sempre tive um laço com a agricultura. Eu e meus irmãos chegamos a mexer com comércio, construção civil, até surgir um negócio para comprar uma fazenda em Araponga. Inicialmente não tínhamos a intenção de plantar café, mas acabamos constatando que era a melhor escolha por estarmos em Araponga. Aqui só o café prospera. Entramos nessa cultura e não saímos mais. Com o crescimento da família, acabamos dividindo as terras e hoje meus três filhos administram os negócios, que vão além do café. Deles, quem está à frente do café é o Dimas (Raimundo Dimas Santana Filho, que o representou na premiação), ele que toma conta”.

Nesse tempo, Raimundo explica que aprendeu que a valorização da terra é uma das maiores conquistas. “Aprendei que fazendo tudo corretamente, investindo, se dedicando, você constrói um negócio que se sustenta por muitos anos, para você e seus herdeiros. Um amigo engenheiro agrônomo, em visita, ficou satisfeito com o que viu e falou que eu não precisava comprar mais terras, expandir a propriedade, pois o que ela já rende seria o suficiente para vivermos bem”, afirma.

Segundo ele, a illycaffè foi quem ofereceu as melhores condições para os pequenos agricultores. Foi a primeira empresa a comprar café despolpado, pelo que se lembro, e foi um dos primeiros aqui nas Matas de Minas a vender para ela. “Só houve um ano em que não forneci, tive um problema naquela safra, mas em todos os restantes vendi e participei do Prêmio. Ela me passou confiança, credibilidade e segurança. Não gosto de ficar explorando minha imagem, essa questão do status, nem do meu café. Prefiro fazer do jeito mais simples, o feijão com arroz mesmo. Gosto muito de poder reservar uma parte do meu café, todos os anos, para dar aos amigos, aos visitantes, aos clientes mais antigos e fiéis, para que eles provem. É um presente que gosto de dar, eles gostam de receber, é algo especial para mim, faço isso com prazer. É muito bom ver as pessoas conhecendo e saboreando seu café”.

Sobre as lições nesses 80 anos de vida, Raimundo conta que o mais importante é a família estar feliz. E os funcionários também. “Aqui temos gente antiga, que só nos deixa quando se aposenta. Tem gente com mais de 30 anos de carteira assinada, uns cuja primeira carteira quem assinou fui eu. Então significa que eles têm prazer em ficar conosco, o que nos deixa muito felizes também. Aprendi isso com a illycaffè, que antes da beleza e das melhorias externas tem que vir o bem estar dos funcionários, que precisam de uma casa, boas condições de trabalho. Seguimos essa lição e todos temos estado felizes e satisfeitos”.

MUNDIAL

O júri de especialistas escolheu o café da Estação de Lavagem de Café Ngororero, de Ruanda, representada pela Sra. Philotée Muzika, para o prêmio máximo do evento, o Best of the Best entre finalistas de 9 origens diferentes. Os mesmos finalistas também concorreram à premiação pela escolha dos consumidores, o Coffee Lovers’ Choice, que também agraciou a Estação de Lavagem de Café Ngororero, de Ruanda. Pela primeira vez, na história do Prêmio, ambas as honras foram concedidas a um único lote de café.

O anúncio dos campeões nacionais aconteceu no Salão dos Delegados da ONU, em evento com workshop e discurso do presidente da illycaffè, Andrea Illy. De noite, a revelação das premiações máximas foi o ponto alto de uma festa de gala no Rainbow Room do Rockefeller Center.

“Da semente de uma ideia que meu pai plantou no Brasil há quase 30 anos, surgiu um movimento para propagar café de alta qualidade e sustentável pelo mundo e, com isso, melhor reconhecimento, conhecimento e bem-estar aos produtores – a parte mais importante em toda a cadeia produtiva do café”, diz Andrea Illy. “O Prêmio Internacional Ernesto Illy homenageia esse legado e as mulheres e homens que trabalham incansavelmente para dar o seu melhor ao mundo”.

O programa desenvolvido inicialmente no Brasil, atualmente denominado Prêmio Ernesto Illy de Qualidade Sustentável do Café para Espresso, formou as raízes do Prêmio Internacional Ernesto Illy. Instituído em 1991 e hoje na 28ª edição, ele direcionou a transformação da illycaffè em uma empresa que atualmente compra café de produtores capazes de atender a seus altos padrões de qualidade e a recompensa por isso, reconhecendo seu compromisso de entregar um café de excelência e de contribuir para o blend illy, único no mundo. Mais de 1.500 produtores já foram premiados. O 28º Prêmio finalizou o período de inscrições, em 14 de setembro deste ano, com 1.174 amostras inscritas, número recorde desde a primeira edição.

Fonte: Assessoria Illy Café